Medicina Geral e Familiar |
Drª Raquel Merca |
Diariamente |
Drª Mª Stuart Ângelo |
Segunda-feira (outros horários a combinar) |
Drª Mª Manuela Laranja |
Quarta-feira (outros horários a combinar) |
Drª Guida Rolita Batista |
Sexta-feira (outros horários a combinar) |
Porque muitas abordagens foram e vão sendo feitas na definição desta especialidade médica, tomámos a iniciativa de vos apresentar a descrição feita pela WONCA EUROPA 2002, sem alterações: |
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1. As características da Disciplina de Medicina Geral e Familiar são tais que esta: |
a) é normalmente o ponto de primeiro contacto com o sistema de saúde, prestando um acesso aberto e ilimitado aos seus utentes e lidando com todos os problemas de saúde, independentemente da idade, sexo, ou qualquer outra característica da pessoa em questão; b) utiliza eficientemente os recursos de saúde através da coordenação de cuidados, do trabalho com outros profissionais no contexto dos cuidados primários e da gestão da interface com outras especialidades, assumindo sempre que necessário um papel de advocacia pelo paciente; c) desenvolve uma abordagem centrada na pessoa, orientada para o indivíduo, a sua família e a sua comunidade; d) possui um processo de condução da Consulta singular, estabelecendo uma relação ao longo do tempo, através de uma comunicação efectiva entre o médico e o paciente; e) é responsável pela continuidade da prestação de cuidados longitudinais, conforme as necessidades do paciente; f) possui um processo próprio de tomada de decisões, o qual é determinado pela prevalência e pela incidência de doença na comunidade; g) gere simultaneamente problemas de saúde agudos e crónicos de pacientes individuais; h) gere afecções que se apresentam de forma indiferenciada, num estadio precoce da sua evolução, e que podem requerer uma intervenção urgente; i) promove a saúde e o bem-estar através de uma intervenção apropriada e efectiva; j) possui uma responsabilidade específica pela saúde da comunidade; k) lida com problemas de saúde em todas as suas dimensões física, psicológica,social, cultural e existencial. |
2. A Especialidade de Medicina Geral e Familiar |
Os médicos de família são especialistas com formação nos princípios da Disciplina. São médicos pessoais, principalmente responsáveis pela prestação de cuidados abrangentes e continuados a todos os indivíduos que procuram cuidados médicos, independentemente da sua idade, sexo ou afecção. Prestam cuidados a indivíduos no contexto das respectivas famílias, comunidades e culturas, respeitando sempre a sua autonomia. Reconhecem ter também uma responsabilidade profissional para com a sua comunidade. Quando negoceiam os planos de acção com os seus pacientes, integram factores físicos, psicológicos, sociais, culturais e existenciais, recorrendo aos conhecimentos e à confiança gerados pelos contactos médico-paciente repetidos. Os médicos de família desempenham o seu papel profissional promovendo a saúde, prevenindo a doença e prestando cuidados médicos de acompanhamento, curativos e paliativos. Conseguem-no quer directamente, quer através dos serviços de outros profissionais, consoante as necessidades de saúde e os recursos disponíveis na comunidade servida, auxiliando os pacientes, sempre que necessário, a acederem àqueles serviços. Os médicos de família devem responsabilizar-se pelo desenvolvimento e manutenção das suas aptidões, bem como dos seus valores e equilíbrio pessoais, como base para a prestação de cuidados efectivos e seguros. Em muitos aspectos, estes princípios são semelhantes às características da Medicina Geral e Familiar (Clínica Geral / Medicina Familiar) descritas na declaração estrutural da OMS: A. Generalista B. Continuada C. Abrangente D. Coordenada E. Colaborativa F. Orientada para a família G. Orientada para a comunidade A declaração da OMS pormenoriza ainda o que se entende por aquelas 7 características: A. Generalista: • Problemas de saúde não seleccionados, em toda a população; • Não exclui categorias em função da idade, sexo, classe social, raça ou religião, nem qualquer categoria de problema de saúde; • Fácil acesso, não limitado por barreiras geográficas, culturais, administrativas ou financeiras. B. Continuada: • Centrada na pessoa; • Cuidados de saúde longitudinais, durante períodos substanciais da vida, não limitados a um episódio de doença. C. Abrangente: Cuidados integrados envolvendo • Promoção da saúde, prevenção da doença, cuidados curativos, de reabilitação e de suporte; • Perspectivas física, psicológica e social; • Aspectos clínicos, humanísticos e éticos da relação médico-paciente. D. Coordenada: • Cuidados geridos no ponto de primeiro contacto; • Referenciação a serviços especializados; • Informação aos pacientes sobre serviços disponíveis; • Coordenação e gestão de cuidados. E. Colaborativa: • Funcionamento em equipas multidisciplinares; • Delegação de cuidados, quando apropriado; • Exercício da liderança. F. Cuidados orientados para a família: Abordagem dos problemas individuais no contexto de • Circunstâncias familiares; • Redes sociais e culturais; • Circunstâncias domésticas e laborais; G. Orientada para a comunidade: Sugere-se que os médicos de família deverão considerar os problemas individuais no contexto de • Necessidades de saúde da comunidade; • Outros profissionais e instituições. |